sexta-feira, 29 de junho de 2007

A única coisa que me atrai é o impossível e vôo mesmo sendo um pássaro de uma asa só

a minha porta se abre
e enfim um corredor
mais pra frente duas portas
e a luz se acende
uma escada ascende
a outra depende
a esquerda o elevador
quando a preguiça
ataca meu dedo que aciona
no contrário
desço mesmo pela escada
na minha frente o elevador
quando a preguiça ataca
meus pés cansam de descansar
de um lado carros
do outro também
mas por falta de escolha
escolho a direita e saio

no fim este poema
se acaba na rua
pela falta do que fa(la/ze)r

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vi ali
num trincado do chão
de que era feito
muito antigamente
o outro chão
que se esgueira
e vi também
uma plantinha que
se nascia
para morrer
e da pedra
que se acomodava
com qualquer buraco
vi uma largata
que se tinha
cansado
de casar
e lá estava
em um desca(n)sar
infinimuito
quando cansei de ver
abri os olhos

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riscando o céu
como lápis com régua
os fios crescem
desenfreadamente
por onde querem
e bem entendem

empurrando o chão
como mão com pá
as raízes descem
organizadamente
por onde podem
e nem entendem






“to aqui pensando
que se pensar demais
às vezes
não faz mal”




sou um pássaro de uma asa só
e vôo por aí
e não sei passar
não sei ser passado

e almejo a única flor
que não nasce do chão
não tem pétala
ramos
ou folhas
quando me vi
estava a amar
as nuvens
que se iam

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Pergunto me: se seria como se fosse...


Um pé após o outro
um ao encontro do outro
o chão
momento reflexivo
prostrada em descanso forçado
junto do chão
a dúvida no coração
quantos pessoas será que viram?
Até que levante
Já teriam dito coitado?
Ainda no chão
As pedras me sentem
O tempo quanto já passou?




"A maioria das pessoas que me odeiam são míopes..."




me acusa
se acusa
e acusa

a acusação
é causa





A falta de comunicação
A unificação de dois silêncios
O intervalo
A vala que nos separa
Como duas árvores
Que se vêem morrer de sede
E se cedem por amor
Não um por um
Mas por qualquer um
Que seja capaz de sentir dor